terça-feira, 7 de outubro de 2014

Jorge

A empresa acabava de contratar um copywriter, mas não o conheci no dia em que começou a trabalhar. Vi a sua cara na Time Out no dia anterior. No texto só se liam coisas boas deste miúdo de Sorriso Parvo que venerava o diabo e fazia festas a gatinhos. A curiosidade era geral, mas não começou uma conversa com um Yo! e não trazia nenhum colar com o símbolo do dólar.

Contudo, depressa descobri que aquele sorriso, de parvo não tem muito. Tem mais de tímido, o que combina com a sua postura geral. Ninguém diria que este rapaz sobe a palcos e entretém pessoas com as suas músicas com um à vontade que nos deixa a pensar quem é aquela pessoa que todos os dias partilha a secretária contigo. Há uma mudança, não é? Passa a ser o ninja. Passa a ser o J-K.

Já fui a alguns concertos seus e a mistura de, efetivamentente gostar do que ele faz com o sentir que estou a apoiar um amigo, faz-me sempre sair de lá com um sorriso largo. Escusado será dizer que um dos efeitos da sua chegada à minha vida é a quantidade de hip-hop/rap que oiço agora (mas só daquele fofinho e não, Drake, não conta, Jorge). E conceitos como assquake ou purple drank. Ah, e 1D não é One Direction, meus caros.

Gosto de saber que o tenho do meu lado direito e que faz parte da minha equipa. Mexer no seu cabelo dá-me gozo, apesar de saber que ele não gosta. Partilhar o café e dois dedos de conversa é das coisas que mais sinto saudades de momento. Envergonhá-lo ao cantar uma música dele faz-me rir, além das piadas secas que de tão más, passam a ser boas. Tem um péssimo gosto para óculos de sol. Partilhamos iogurtes, gelatinas e salames, mas ele vai dizer-vos que é um rapaz de pouco alimento.

É fácil falar com ele, apesar de ele ser do tipo mais ouvinte. É fácil confiar nele, apesar de ser preciso um guindaste para sacar o que seja dele. Conheço este miúdo há quase um ano e é seguramente uma boa surpresa porque quando já somos adultos esta coisa de fazer amigos parece que fica mais difícil. Ou bros, como ele diz. 

E agora para um momento super alto na tua carreira, não posso deixar de citar-te porque faz todo o sentido neste momento - "Eu contrariava todos e cantava que a vida era fácil, mas ela é bem lixada e eu não sou nada ágil." You have arrived, son! :)

Quanto à música de onde as linhas foram extraídas, não é preciso dizer mais nada. Tu já sabes. E agora só fica a faltar o obrigado por aqueles momentos em que disseste que fui valente. 

Sem comentários:

Enviar um comentário